domingo, 23 de março de 2025

TEMPESTADE DE MIM

Caço palavras pelo ar
Para tentar externar o que me sufoca o peito
Enquanto luto para subir à superfície e respirar;
A mente está coberta por uma imensa nuvem carregada de chuva, de onde se é capaz de visualizar raios e ouvir trovões aterrorizantes.
Poderia alguém me salvar de mim mesma?
Tudo o que algum dia eu já conheci de mim se desfez como um castelo de areia.
Meu desabrochar foi tão doloroso que minha mente fantasia tudo em faz de conta.

IRRESPIRÁVEL

 O ar já não é mais capaz de preencher meus pulmões,
O choro não permite que o oxigênio chegue até eles.
Até quando serei um ser humano vivo incapaz de respirar?

AH! A NATUREZA...

Anseio pela natureza e tudo o que ela oferece!
Sonho em poder me refugiar em campos verdes onde correm calmos rios e que de lá é possível ouvir sons de pássaros e ver borboletas voarem livres.
 Gosto de brincar de ser invisível e descobrir por quanto tempo de fato consigo.

CONCHA

Estou entorpecida!
Com a alma anestesiada da realidade;
Não me reconheço mais,
Não aspiro sonhos e nem vontades.
Meu único objetivo diário é poder me esconder em minha própria concha.

MEMÓRIAS INQUIETANTES

Hoje, adulta,
Me esqueço de muitas coisas;
Mas o que não quero nunca mais lembrar,
Insiste em me perseguir
E me apunhalar pelas costas
Toda vez que aparece
Com a intenção
De me matar
Aos
Poucos.


REFÉM

Me sinto refém de mim mesma,
Como se eu pensasse ser uma pessoa o tempo todo, 
Cuja qual vista pela óptica de terceiros é totalmente diferente.
Me vejo no espelho e não me reconheço mais
A imagem refletida é mentirosa, não reflete quem eu sou.
Tenho medos constantes sobre tudo.
Minha mente passeia de mãos dadas com a alegria e a ira.
Não gosto de mim algumas vezes.
Repudio algumas atitudes e pensamentos que tenho porém muitas vezes são honestos.
O que farei se ser constante é algo impossível para mim?
Não me peça passa ser ou agir de tal maneira pois sei que decepcionarei quem for, porque eu sempre decepciono as pessoas... 
... começando por mim.

CHUVAS DE VERÃO

Sinto como se não pertencesse a lugar nenhum.
Nem meus sentimentos me acompanham mais, me abandonaram.
A alegria é estação de verão com muitas chuvas tempestuosas,
Destruindo tudo quando a tristeza chega no período equivocado.
Sobrevivo a cada dia com a esperança de que todos os dias serão fáceis de transpassar.
Sempre que algo me incomoda
Corro atrás do que me faz bem
E logo pego papel e caneta
Não colocando limites
Para os textos e frases que vêm.

QUANDO OLHO PRA DENTRO DE MIM

Quando olho pra dentro de mim
Vejo um quarto vazio e escuro
Sem nada de interessante a se ofertar.

Quando olho para fora,
Vejo uma imensidão a se observar,
Encho os pulmões de ar
E logo um sorriso toma conta do rosto.

Sinto o vento me tocar,
Sinto o cheiro do vento.
Sim! O cheiro.

Começo a prestar atenção em coisas que antes não percebia.

Enquanto a noite cai,
Admiro o céu em sua grandeza
E toda sua beleza me abraça
E tudo o que antes não tinha graça,
Se tornam valiosas, valorosas.

Os problemas se tornam pequenos
Enquanto olho 
Para fora.
Traduzo meus sentimentos em palavras,
Em outros momentos quero calar,
Pois expressar se torna exaustivo
 Tenho duas estações dentro de mim.

MEU PRÓPRIO MUNDO

Tenho meu próprio mundo
Um mundo particular
E nele me aprofundo
Sem sequer pestanejar

Lá é um lugar de paz
Onde a única voz é do meu pensamento;
De vez em quando permito
Outros sons entrarem
Como por exemplo, o som do vento.

O canto dos pássaros também são bem-vindos
Assim como o balançar
Das folhas com o vento
De repente me pego sorrindo
Por me deleitar com esse momento.

Um dia meu mundo de paz
Já foi frio e vazio
Sem cores nem brisas suaves
Muito menos com sons dignos de admiração

Hoje sinto a liberdade
Do meu mundo de paz
Que com muita luta construí
E dele jamais vou desistir.

SEMPRE HÁ TEMPO

Temos todo direito do mundo
De mudar de opinião a respeito do que quer que seja.
Isso faz parte da metamorfose da vida.
Quem não muda, não aprende, não vive!
Se permita viver.

VONTADES

Hoje tive vontades absurdas
Impulsos de alegria e sorrisos fáceis.
Quis me alimentar melhor,
Ter uma vida leve e descontraída.

Tive muito ânimo e muita energia.
Até perceber que essa não era eu.
E quando me dei conta dessa realidade
Escureceu meu dia,
O cansaço bateu,
O sono chegou.
Perdi a vontade de tudo.
Cansei!
Virou inverno de novo no meu dia ensolarado.

RESISTINDO

Quando finalmente meu jardim floresce, o gigante o encontra e o pisoteia.
As flores murcham...
Algumas morrem de imediato.